quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pré-História: discutindo o termo

De acordo com a historiografia tradicional, muito influenciada pelo Positivismo[1] e bastante eurocêntrica a “Pré-História” é o período que vai do surgimento do homem até o aparecimento da escrita, esta em 4000 a.C. O prefixo “pré”, como bem sabemos, é usado para fazermos referência a algo que ocorre antes de outra coisa. Nesse sentido, os homens que viveram no período que erroneamente recebe este nome (“Pré-História”) não fazem parte da “História” e isto, como veremos, está errado.
       Se a História é o estudo do homem no tempo e no espaço e se na chamada “Pré-História” já existia homem e este mesmo já se relacionava de forma íntima com a natureza e com o espaço geográfico em seu tempo, a princípio com a caça, a coleta de frutas e mais tarde com a agricultura , a criação de animais e o cultivo de plantas, já existia sim, História.
      Falar em “Pré-História” é excluir da “História” todas as culturas, mentalidades, crenças e povos que não utilizaram a escrita. Até um dos maiores feitos de todos os tempos que foi a criação da técnica de controle do fogo ficaria fora da História.
      Como bem sabemos, até hoje existem sociedades que não utilizam em suas relações sociais a escrita. Será que não têm história? Pelo contrário!
      Alguns historiadores preferem ao invés de “Pré-História” utilizar, quando estiver fazendo menção à este momento da História ( isso mesmo,da História) o termo Idade Ágrafa, ou seja, “período sem escrita”.







[1] Considerado a nossa área que é a História, pode ser entendida, como já vimos, como a corrente historiográfica que diz que não havia história antes da escrita e que somente documentos oficiais que priorizam esta forma de comunicação devem ser levados em conta na hora de se escrever a história.   

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