sábado, 2 de janeiro de 2016

                       Independência do Brasil                                  


       Quando criança aprendemos na escola: “Dom. Pedro I, proclamou a Independência e desde então nos tornamos livres de Portugal e vivemos felizes para sempre”. Este pensamento está equivocado e felizmente cada vez mais ultrapassado.
         Para nós, o que representa 07 de setembro ? Pra muitos apenas um feriado, porém é essencial que entendamos esse processo como forma de desenvolvermos um pensamento crítico em relação ao mesmo, observando e analisando os prós e contras, o que é mito e o que é História.





    Realmente Dom. Pedro I, então príncipe regente, proclama a Independência em 07 de setembro de 1822. Muitos foram os motivos,lembremos que quando Dom João VI chega com a corte na então colônia, fugindo da invasão napoleônica, ele abre os portos às chamadas “nações amigas”, que seria basicamente a Inglaterra e isso significaria a quebra do pacto colonial, Dom João VI eleva o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, porém quem se prejudica com isso é a elite de Portugal, pois o Brasil poderia a partir de agora fazer comércio direto com a Inglaterra. Não mais os produtos seriam vendidos a revendedores. Em dado momento ocorre a Revolução do Porto em Portugal ( não vamos nos ater a detalhes), o rei volta a Portugal e quer retomar o sistema colonial. O que evidentemente não vão aceitar as elites daqui do Brasil.  
      O Brasil fica politicamente independente de Portugal quando ao passar pelo Riacho do Ipiranga, provavelmente  em um jeguinho, como contam muitos historiadores, quando ia em direção a São Paulo dialogar com as elites daquela região, representando os interesses que vinham do Rio de Janeiro , Dom Pedro recebe um mensageiro que portava duas cartas, uma que vinha de Portugal e uma do Rio de Janeiro, esta última emitida pela sua esposa, D. Leopoldina. A que vinha de Portugal dizia “ Pedro, estás destituído do cargo de príncipe regente e estás obrigado a retornar de imediato para Portugal”. Já o segundo texto escrito pela futura imperatriz Leopoldina dizia em um trecho : “Pedro, o pomo está maduro, colhe-o já!”, pomo nesse contexto significa fruto. Este fruto se chamava Independência. Ao ler os textos, e aí estou dizendo o que narram alguns cronistas da época, Pedro teria retirado de sua roupa as armas portuguesas e as atirado no chão, ao passo que puxava a sua espada, levantando-a e gritado: “O Brasil está definitivamente separado de Portugal”, logo em seguida disse a sublime frase “Independência ou morte”. Entretanto as velhas estruturas coloniais permaneceram, bem como  a agricultura, a proibição de cultos contrários à fé Católica etc; no hino de Independência diz: “ Já raiou a liberdade”, contudo, o escravo permanecia em situação degradante de exploração, pois foi mantida a escravidão, se estendendo durante todo o Período Imperial como bem sabemos. A Inglaterra teve papel importante nas negociações em prol da Independência do Brasil em relação a Portugal, motivada por questões econômicas, na época Brasil teve que pagar uma indenização de 2 milhões de libras a Portugal. Tem até uma charge de Miguel Paiva , que eu particularmente acho bem interessante,nela aparece dois senhores bem vestidos comemorando, bem alegres: “ Viva a Independência!!!” e do lado uma criança perguntando a sua mãe “Que é isso , mãe?” Ela responde: “ Deve ser um novo produto inglês...”. A charge faz crítica aos interesses da Inglaterra.
         Enquanto outros países da América Latina Independentes estavam sobre um sistema de República, foi instalado aqui no Brasil uma Monarquia Constitucional, Monarquia Constitucional esta, um pouco diferente, existia além dos poderes executivo, legislativo e judiciário um quarto poder, o chamado Poder Moderador criado pelo, agora, Imperador do Brasil ,após rejeitar uma Constituição elaborada pela classe elitista batizada de Constituição da Mandioca. Este tal poder moderador colocava Dom Pedro acima de tudo e de todos.