domingo, 30 de outubro de 2016

🍃Idade Média,período de “Trevas”?


Talvez muitos de vocês já tenham ouvido o termo “Idade das Trevas”,para fazer referência à Idade Média, período que,tradicionalmente, vai da Queda do Império Romano do Ocidente até a Queda de Constantinopla, portanto, do século V ao XV (é preciso destacar que este divisão é meramente didática ).
 Bem, gosto muito do autor francês, ligado à terceira geração da Escola dos Annales, Jacques Le Goff, um grande medievalista. A partir de suas obras,podemos observar que a Idade Média não foi uma Idade “obscura”( pelo menos não apenas isto), como diziam os Renascentistas,que dão origem ao termo “Idade Média”, isto é, intermediária entre o esplendor da Antiguidade Clássica e o resurgir do antropocentrismo renascentista. Falavam em uma “Idade das Trevas”, em que o pensamento seria atrasado, a arte horrível, o desenvolvimento científico, inexistente. A partir de Le Goff notamos que a Idade Média foi uma período sim de muitas coisas ruins (pestes,fomes, guerras), mas que também foi repleta de coisas boas. Os séculos XII e XIII, em especial, que ele chama de Idade Média central, por mais que tenha sido o tempo de grandes cruzadas (o que gerou muitas mortes e destruição), também foi um período de grande crescimento demográfico, muito proporcionado pelo desenvolvimento de novas técnicas de agricultura, também foi o período de construção de grandes universidades ( onde não só os ricos estudavam, mas todos), também foi o período de desenvolvimento artístico enorme com as grandes catedrais góticas, que embelezavam as cidades, etc. Acredito que a Idade Média foi um período de luzes e trevas, e digo isto também a partir do que escreveu Jacques Le Goff.
Imagem: Catedral de Ulm, Alemanha. (pixabay)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Dica de livro

HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA EM PERSPECTIVA
Autor: Marcos Cezar de Freitas (Org.)
Editora Contexto (http://editoracontexto.com.br/)
Veja: https://goo.gl/DxEQ6u


480 páginas



Reúne 19 dos intelectuais mais prestigiosos do país e permite uma visão do conjunto dos caminhos já percorridos pela História do Brasil, dos "explicadores" aos cultivadores de monografias, dos positivistas aos marxistas, dos "braudelianos" aos seguidores de Foucault, dos que buscam o "sentido" da História aos que afirmam não ter ela sentido algum. Também reflete sobre o estado da arte dos estudos de vários dos temas mais caros à nossa historiografia (como sociedade colonial, escravidão, República, operariado) além de outros que mais recentemente têm ocupado os historiadores brasileiros (mulheres, intelectuais, mitos fundadores da nacionalidade, mentalidades e representações).

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Dica de livro

História e narrativa
(A ciência e a arte da escrita histórica)
Organizador: Jurandir Malerrba
Editora Vozes(http://www.universovozes.com.br/)
Veja: https://goo.gl/qexoPO


312 páginas

narrativa em que a história se exprime é um recurso estilístico de síntese de todo o esforço de pesquisa e entendimento que o historiador faz. Os textos deste livro apresentam ao leitor a paisagem do debate contemporâneo quanto à filosofia da história, ao papel da linguagem, ao teor empírico da investigação histórica e às relações entre esses e outros aspectos da historiografia. Autores brasileiros, europeus e americanos, aqui reunidos sob a coordenação de Jurandir Malerba, oferecem ao leitor um precioso horizonte de reflexão sobre a arte de escrever história.